Ao longo do tempo, recolhemos centenas, milhares, talvez milhões de fotografias daqueles que amamos. São imagens congeladas no tempo, sorrisos, poses, caretas. Sabemos detalhes sobre aqueles momentos, ou imaginamos.
Os retratos tornaram-se imprescindíveis para fazer perdurar a memória, mas falta-lhes alguma verdade. Falta-lhes a narrativa, falta-lhes o desabafo, falta-lhes o fio condutor que nos leva ao mais profundo da vida de cada um. Falta-lhes a voz (quantas vezes não sentimos saudades da voz de alguém?), e a história. Do princípio ao fim.
A Voz pretende deixar um registo gravado da vida dos que mais amamos. A infância, a adolescência, a idade adulta. Os filhos, os netos (se os houver), as alegrias, as tristezas, as lutas, os fracassos e as vitórias. Na primeira pessoa. Para que nada fique por contar (ou quase nada), para que nunca nos falte a voz. Aquela voz.